Vários dos seus amigos mortos dão hoje nome a ruas e praças.
Ele próprio se sente um pouco póstumo quando conversa com gente
jovem.
Dos passeios, raros, a melhor parte é a volta para casa.
As pessoas lhe parecem barulhentas e vulgares. Ele sabe de
antemão tudo quanto possam dizer.
Nos sonhos, os dias da infância são cada vez mais nítidos e fatos
aparentemente banais do seu passado assumem uma
significância que intriga.
O vivido e o sonhado se misturam agora sem lhe causar
espécie.
É como se anunciassem um estado de coisas cuja possível iminência
não traz susto.
Só curiosidade. E um estranho sentimento de justeza.
