Eugénio de Andrade – Fim de tarde em S Lázaro

Estou sozinho. Nas estantes, restos
da minha vida. É quase
noite sobre os telhados.
No livro abandonado nas mãos
corre um rio: à deriva
duas ou três coisas que foram
minhas: um punhado de amoras,
a porosa delícia do barro,
essas nuvens, essas
aves num céu branco de trigo,
um sorriso
que também era um copo de água

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