O meu mamilo
no teu
mamilo
Só tu
sabes sorrir
na vertical
Gotas de orvalho
ligeiramente tingidas
de batom
Nem todos os frutos vermelhos
merecem o céu
da tua boca
Mais do que uma vez
atravessei a primavera
com os olhos fechados
A borboleta que poisou
no teu mamilo perdeu
vontade de voar
Vou ao céu
e venho-
-me
Não posso
amar
mais claro
Escrevo
com os dedos ainda longos
da carícia
Ainda agora em ti entrei
e já em todos os teus poros
me achei
Não é a rosas nem a violetas
nem a jasmim o cheiro
que me põe fora de mim
Qual é a minha
ou a tua
língua?
Não conheço outra
linguagem que não seja
a do orvalho
Na espessura do bosque
o que a minha mão procurava
era um mirtilo
Basta-me
o teu umbigo de vinho
para ficar bêbedo
Este fogo
que só com fogo
se pode apagar