Sam Illingworth – Quando desapareceram os manguezais

Nas profundezas das dunas,
raízes fossilizadas sussurram
áureas lembranças
de lagoas esmeraldas.
Quando mares safira
lambiam ternamente
pés emaranhados,
banhando caules submersos
na maré crescente
de seu abraço salobro.

Dragados ao lado
de tesouros enterrados,
reflexos escuros se agitam.
Feridas expostas que cantam
sua traição –
águas lodacentas e movediças
sufocando com
solos secos e estéreis.

Até que suas ondas
quebraram silenciosamente
nas areias mortas
e escaldantes.

Trad.: Nelson Santander

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When the Mangroves Disappeared

Deep beneath the dunes
fossilised roots whisper
golden memories
of emerald lagoons.
When sapphire seas
lapped tenderly
at knotted feet,
bathing sunken stems
with the tidal surge
of their brackish embrace.

Dredged up alongside
buried treasures,
dark reflections stir.
Open wounds that sing
of their betrayal –
silted, shifting waters
suffocating with
dry and barren soils.

Until their waves
broke in silence
upon the dead
and burning sands.

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