Quantas vezes Platão assoou o nariz,
e São Tomás de Aquino
tirou os sapatos,
quantas vezes Einstein escovou os dentes,
e Kafka ligou e desligou a luz,
antes de enfim chegarem
ao que lhes cabia fazer?
Semanas sem fim, feitas as contas,
levamos
abotoar e desabotoar camisas,
procurar os óculos
ou, tomada a decisão,
novamente descartá-la.
Como são efêmeras as nossas opiniões
e as nossas obras, em comparação
com aquilo que nos é comum:
cozinhar, lavar a roupa, subir escadas –
repetições de pouco relevo,
pacíficas, corriqueiras
e mais indispensáveis que qualquer chef d’oeuvre.
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